Atualizado em 31 de maio de 2022 às 11:36

Egressos que participaram de PETs na UFCA contam como atividades desenvolvidas contribuíram para suas carreiras

Na universidade, os estudantes têm oportunidades de atuação em diferentes atividades extracurriculares, que vão muito além da sala de aula. Desde abril deste ano, a série “Protagonismo Estudantil”, publicada no portal da Universidade Federal do Cariri (UFCA) a cada quinzena, às terças-feiras, vem mostrando a experiência de discentes ao passar pela graduação.

Essas vivências são capazes de contribuir para a formação dos estudantes e para suas futuras vidas profissionais. E não só: as experiências podem também provocar mudanças pessoais em quem participa delas.

O Programa de Educação Tutorial, conhecido como PET, ligado ao Ministério da Educação (MEC), propõe uma vivência para os estudantes de graduação em Ensino, Pesquisa, Extensão e, no caso da UFCA, em Cultura.

Dessa forma, por meio das atividades do PET, é possível participar de diferentes experiências teóricas e práticas e potencializar o desenvolvimento de novas habilidades que contribuirão para os rumos futuros dos discentes após a saída da universidade. A intenção do programa é apoiar estudantes que demonstrem potencial, interesse e habilidades nos seus respectivos cursos.

  • PET na UFCA

Na UFCA, os PETs são gerenciados pela Pró-Reitoria de Graduação (Prograd/UFCA), por meio da Coordenadoria para o Fortalecimento da Qualidade do Ensino (Cfor-Prograd/UFCA).

Atualmente, existem quatro grupos de PET financiados pela própria UFCA, cada um com 12 bolsas: Biblioteconomia, Administração, Agronomia e Design. Há um PET que é financiado pelo MEC, o de Música. Entre 2016 e 2017,  a UFCA teve mais um PET, o de Saúde, em parceria com a Universidade Regional do Cariri (Urca).

Cada grupo PET tem um/a tutor/a e um/a cotutor/a – que devem ser docentes do curso ao qual o programa está ligado. Os estudantes recebem bolsas de R$ 400 reais mensais para atuarem no PET em questão, com uma carga horária de 20h semanais.

As atividades desenvolvidas no PET têm como objetivo aprofundar os conteúdos programáticos dos respectivos cursos, garantindo aos participantes experiências não presentes em estruturas curriculares convencionais. Isso favorece a formação acadêmica, tanto para a integração no mercado profissional quanto para a inserção dos egressos em programas de pós-graduação.

  • PET Saúde

Em 2016, quando era estudante da UFCA, Karina Cristina dos Santos ingressou como bolsista do PET-Saúde/GraduaSUS/UFCA-Urca. Atualmente trabalhando como médica da estratégia da Saúde da Família em Minas Gerais e como preceptora do internato de Saúde Coletiva da Universidade de Belo Horizonte, a egressa identifica o quanto foi importante a participação no programa para o desenvolvimento de habilidades comunicativas, organizacionais e, principalmente, de trabalhar em equipe. 

“O interesse pelo projeto surgiu da possibilidade de trabalhar em conjunto com outros cursos da saúde. Sentia falta desse contato multidisciplinar. Além disso, o projeto possibilitaria atividades de intervenção dentro da comunidade”, relembrou.

Karina Cristina dos Santos foi do PET-Saúde/GraduaSUS/UFCA-Urca, na época que era estudante da UFCA. Foto: Arquivo pessoal

Ela conta que, durante a vigência do PET, foram realizadas diversas atividades de Extensão e Ensino, com ações voltadas para a promoção da integração Ensino-Serviço-Comunidade, com ênfase no protagonismo estudantil.

“Um grande marco foi a organização do projeto Vivências e Estágios na Realidade do SUS no Brasil, no ano de 2018, contando com a participação de estudantes de diferentes cidades do Nordeste. (…) Desenvolvemos total protagonismo na organização, desde a logística, a gestão, a comunicação com autoridades locais da saúde, a articulação com hospitais, unidades de saúde, universidade, entidades religiosas e projetos sociais”, destacou. 

  • PET Música

Atualmente trabalhando como artista e professora de Música, Priscilla Grycia Sousa Silva – egressa do curso de Música da UFCA e integrante do PET do curso entre 2014 e 2018 – relembra os ensinamentos que foram importantes para seu desenvolvimento profissional e pessoal. No PET, ela adquiriu novas habilidades relacionadas ao trabalho em grupo e à empatia.

“Participar de outros projetos dos outros membros também me ajudou bastante a ter aprendizados diferentes, como os termos musicais em inglês, equalizar o equipamento de som… Essas atividades me fizeram crescer como profissional pela diversidade de conhecimentos e interações que pude ter acesso”, ressaltou. 

Grycia buscou participar do grupo pela oportunidade de desenvolver projetos diversos e receber bolsa durante o ano inteiro. Uma das atividades desenvolvidas por ela foi o Viola PET, projeto que reunia violistas do programa ou quem tocasse viola de arco, com a intenção de formar repertório e contribuir para a Orquestra da UFCA, proporcionando aos músicos mais segurança na técnica do instrumento.

Grycia Sousa (com o violão), na época que era estudante, participando de atividade do PET Música. Foto: Arquivo pessoal

Outro projeto desenvolvido na época dela foi o PET dos Afetos, que tinha o objetivo de ir em locais como orfanatos ou hospitais, levando um momento musical para as pessoas dessas instituições.

Além desses dois, Grycia também participava, com todos os bolsistas, do projeto Música no Campus, que levava artistas para tocarem no pátio do campus Juazeiro do Norte, no intervalo das aulas do período da manhã. Ela fazia todo o trabalho de produção cultural do projeto.

Por ter vivido todas essas experiências em sua época de PET, Grycia acredita que a  participação no programa é uma excelente oportunidade para os estudantes que desejam desenvolver diferentes projetos relacionados ao seu respectivo curso e enriquecer o currículo para seguir carreira acadêmica.

  • PET Biblioteconomia

Quem também participou de uma série de projetos, enquanto esteve no PET, foi a egressa do curso de Biblioteconomia da UFCA Julyana Sales, analista de Gestão da Informação do Município do Crato. Ela foi da primeira turma do PET de Biblioteconomia, que iniciou as atividades em 2014.

Entre os projetos, ela destacou o PET do Ensino Médio, em que os petianos apresentavam o curso para alunos no Ensino Médio, e o Seminário Vivências Profissionais, no qual ex-alunos e profissionais da área eram convidados para contar sua experiência para os estudantes de Biblioteconomia da UFCA, proporcionando aos alunos um conhecimento mais amplo sobre a atuação do bibliotecário.

Julyana também ressaltou a participação em projetos para desenvolver pesquisas acadêmicas. Além da produção de textos científicos para apresentação em congressos sobre a atuação do PET, os estudantes tinham a oportunidade de participar do grupo de pesquisa Biblioteca, Formação e Sociedade. 

Julyana Sales (a primeira mulher do lado esquerdo) com equipe de estudantes e professoras do PET de Biblioteconomia. Foto: Arquivo pessoal

“A gente se reunia e discutia assuntos e também escrevíamos e realizávamos algumas pesquisas para posterior publicação”, relatou. Havia também a organização de oficinas com outros profissionais, além dos próprios petianos ministrarem oficinas na Semana de Biblioteconomia da UFCA e também em seminários desenvolvidos pela universidade.

Para a egressa, a participação no PET contribuiu significativamente para o seu desenvolvimento profissional.

“O desenvolvimento dessas atividades como petiana contribuiu para a minha inserção no mercado de trabalho, pela experiências de conviver com pessoas que estavam em etapas diferentes do curso, de trabalhar diretamente com as nossas tutoras, de ter uma vivência mais ampla do nosso curso. Por organizar as ações, alguns projetos já nos davam uma autonomia diferenciada que eu não tinha enxergado como bolsista de outras modalidades, que eu tinha sido antes do PET”, relatou Julyana. 

  • PET Agronomia

Cícero Cordeiro, egresso de Agronomia, participou do PET do curso por dois anos, desenvolvendo atividades de Ensino, Pesquisa, Extensão e Cultura. Participou de palestras e monitorias para os outros estudantes. Desenvolveu atividades de atividades de Extensão, em parceria com agricultores e escolas da região do Cariri. Produziu o Informativo Agro: um jornal on-line com notícias sobre Agronomia. 

Cícero Cordeiro em uma atividade prática do PET, na época que era estudante da UFCA. Foto: Arquivo pessoal

Foi a atividade de Pesquisa desenvolvida no PET, porém, que levou o estudante a traçar novos rumos profissionais após a saída da Universidade. Durante a participação no PET Agronomia, ele realizou atividades de Pesquisa em parceria como o Núcleo de Estudos em Fitotecnia e Melhoramento de Plantas (Nefimp). Isso permitiu que ele ingressasse, logo após a graduação, no curso de pós-graduação.

  • Ensino, Pesquisa, Extensão e Cultura 

Para o egresso, fazer parte de grupos de Ensino, Pesquisa, Extensão ou Cultura acrescenta muito na formação de qualquer graduando; entretanto, é o PET que consegue dar a oportunidade ao estudante de passar por todas essas vertentes da universidade em um mesmo projeto.

Na opinião dele, por possibilitar a atuação nessas diferentes áreas, a participação no PET de Agronomia só veio para fortalecer ainda mais a sua formação.

“A interação em um grupo estruturado e com diversos bolsistas fortalece a troca de saberes com diálogos e discussões valorosas na formulação das atividades do grupo. A convivência com outros bolsistas, tutor e cotutor aproxima do mercado de trabalho ao passo que aprimora suas habilidades profissionais, cognitiva e gerenciamento de atividades em grupo”, destacou. 

  • Estudante e cotutor do PET

Egresso da Administração da UFCA e atual professor do Centro de Ciências Sociais Aplicadas (CCSA/UFCA), Ives Romero Tavares, desde cedo, teve a certeza de que seria pesquisador e docente. O período como petiano, entre 2009 e 2010, quando a UFCA ainda era Universidade Federal do Ceará (UFC), só confirmou a escolha.

“Dentre aquelas competências e habilidades do profissional em Administração que são requeridas ao exercício docente, duas me deixaram notadamente interessado: criar e manter boas relações interpessoais e possuir desenvoltura em fala e oratória. Essas duas foram oportunamente exigidas de mim enquanto estive no PET ADM. Além delas, pude escrever, com mais afinco, algo que sempre gostei de fazer”, ressaltou.

Essas habilidades e esse conhecimento do PET não se restringiram às escolhas de Ives: também fizeram parte da sua atuação profissional. Já como professor da UFCA, em 2018, ele foi convidado para ser cotutor do PET de Administração e, dessa forma, devolver aos estudantes tudo aquilo que ele aprendeu enquanto aluno participante do programa.

“Foi um momento muito feliz, pois constatei o aumento da qualidade dos bolsistas PET ADM e o aprimoramento da percepção que se tem sobre as atividades desenvolvidas. Pude conviver com meus alunos, fazer Pesquisa, Extensão, Cultura e cultivar o prazer por ações de Ensino-Aprendizagem em Administração”, destacou. 

Serviço:

Diretoria de Comunicação (Dcom/UFCA) dcom@ufca.edu.br


Fonte: https://ufca.edu.br